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Alcione Giaretton fala da operação Liber da PF ao programa KBS

Na última quinta-feira, 24, a TV KBS, no YouTube, durante o programa do comunicador e ativista Tony Bertoldi, finalmente trouxe à público, em uma entrevista, o professor e vice-prefeito Alcione Giaretton (PL) para esclarecer a sua versão sobre os fatos que envolveram seu nome, pelo qual está sendo investigado por ter sido indiciado na operação Liber da Polícia Federal, deflagrada em 29 de fevereiro deste ano, com o GAECO tendo realizado uma operação de busca e apreensão em sua casa. A operação deflagrada pela PF encontrou em sua residência R$ 20.000 e autorizou o bloqueio de dois milhões de reais. Alcione foi afastado do cargo de secretário de Educação do município, bem como de vice-prefeito, enquanto a Polícia Federal investiga se ele está envolvido no caso de licitações e sobrepreço na compra de livros infantis como membro de uma organização criminosa que atua no sul do Brasil. Depois de três meses, Alcione Giaretton foi autorizado pela Justiça Federal a retornar e assumir seu cargo de vice-prefeito, uma vez que não cabe à Justiça Federal julgar um caso estadual. Em junho, ele reassumiu seu cargo de vice-prefeito.

A entrevista foi realizada em um clima amistoso, para Alcione destacar sua versão. Além disso, falou de sua vinda para Colombo, no ano de 1989, para ser seminarista, bem como de sua família e de seu trabalho como professor e escritor.

Mas o fato que fez com que o programa ganhasse notoriedade foi o momento em que Tony Bertoldi inquiriu o vice-prefeito sobre os fatos que envolveram toda essa questão, e muito pouco foi explorado na eleição deste ano pela oposição.

O caso chegou a ter um momento mais emblemático, quando o vice-prefeito foi notícia nacional no jornal O Globo, na coluna de Lauro Jardim, que divulgou a compra de cinco apartamentos no mesmo dia, pagos à vista, registrados no nome do filho de Alcione. A prova foi retirada de documentos sigilosos da investigação da operação Liber; o valor da transação de cada imóvel foi de 200 mil, totalizando o montante de um milhão de reais. Alcione, ao responder sobre essa questão, comentou que sempre foi bem de vida e que fez, sim, uma compra simples de imóveis na planta, que pertencem a ele, mas não especificou se foram os apartamentos citados pela PF.

A defesa de Alcione

Como vem fazendo desde que a operação Liber estourou em suas costas, o vice-prefeito, mais uma vez, com fatos, confirmou que tudo não passa de uma armação política, cujo mentor e autor é um dos coordenadores da campanha da candidata e ex-prefeita Beti Pavin, Valdinei Bueno de Oliveira, que teria arquitetado tudo para criar um fato político de grande repercussão para prejudicá-lo politicamente e ao seu grupo, comandado pelo prefeito Helder Lazzarotto.

Um dos fatos: enfatizou que a Polícia Federal telefonou para sua casa e perguntou pelo nome de Valdirlei Bueno, que pessoas alugaram um imóvel em frente ao seu, além de um ex-funcionário seu estar a serviço do professor Waldirlei Bueno e do grupo de oposição para incriminar sua pessoa.

Os ataques a Valdirlei Bueno de Oliveira, ex-presidente do Fundo de Aposentadoria e Pensão dos Funcionários da Prefeitura (FAPEN), ter sido exonerado da prefeitura, também foram comentados. Na época, foi descoberto que Valdirlei teria beneficiado sua mãe, Dona Sebastiana Bueno de Oliveira, por ocasião de sua aposentadoria, cometendo crime de improbidade administrativa. (Eu sou inativo da prefeitura e a minha aposentadoria foi decretada em 1998. Todo o processo foi revisto e mudado com a compra do meu advogado. Eu perdi minha indenização trabalhista. Nesse grupo estavam: doutora Eliane Clara Tosin, procuradora do município; Hélder Lazarotto, secretário municipal de Saúde; Gilberto Pavin, irmão da prefeita e secretário municipal de Administração; além da própria prefeita Beti Pavin. Presidente do Fundo de Aposentadoria e Pensão era Valdirlei Bueno. Abri esse parênteses para melhor contextualizar o nível da nossa classe política.) Alcione garantiu que ainda irá provar sua inocência até que o processo seja instaurado e tudo seja resolvido pela Justiça Estadual e, se for preciso, até Nacional.

Atualmente no Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro, o vice-prefeito disse que não foi candidato a vice-prefeito novamente por decisão própria, para não prejudicar a candidatura de seu amigo e companheiro Hélder Lazarotto, e que, depois de tudo esclarecido, deve retornar à vida pública, caso toda essa versão seja confirmada. O importante agora é que o futuro jornalista que comanda o programa ouça a outra parte, a prática correta de qualquer jornalista no processo de investigação, ou terá feito uma defesa do vice-prefeito com seus argumentos, sem ter o contraponto e a versão do outro lado. Como era o slogan de um dos maiores jornalistas do país, Heródoto Barbeiro, quando a CBN iniciou suas atividades: “Agora vamos ouvir a outra parte?”

Em tempo: o jogo do poder e a minha pessoa têm fatos tanto contra Waldirlei Bueno de Oliveira quanto contra Alcione Giaretton, mas esse assunto é meu com eles. O que importa agora é que Colombo fique sabendo da verdade. Se houve tudo o que Alcione contou, isso é um assunto muito grave, ou se foi apenas uma versão para amenizar o que de fato a imprensa noticiou. O mesmo ocorre com Waldirlei Bueno.

Eis tudo.

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Sobre Elias Gláucio

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Elias Gláucio é um jornalista e ativista político atuante desde 1979 em Colombo. Com vasta experiência em diversos jornais, ele se destacou por sua atuação em temas sociais e políticos, contribuindo significativamente para a informação e conscientização da população. Além de sua trajetória jornalística, Elias é autor de vários livros que refletem seu compromisso com a cultura e a cidadania. Ele também exerceu o cargo de Secretário de Comunicação, onde ampliou sua influência na promoção da transparência e do diálogo entre a administração pública e os cidadãos. Sua dedicação e paixão pela justiça social fazem dele uma figura respeitada na comunidade. Ele é colunista de opinião aqui em nosso portal.

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