Recentemente, o ministro da Educação, Camilo Santana, se posicionou firmemente contra a proposta de flexibilização do piso constitucional da Educação, uma medida que visa atender às metas fiscais do governo. A crítica é pertinente e necessária, especialmente em um momento em que o Brasil já enfrenta um histórico de subfinanciamento educacional e desigualdade nas oportunidades de aprendizado.
A proposta de flexibilizar o piso salarial representa um retrocesso inaceitável para um setor que deveria ser prioridade nas políticas públicas. A Constituição brasileira assegura um investimento mínimo em educação, e qualquer tentativa de alterar essa norma deve ser vista com desconfiança. A educação não é um gasto; é um investimento no futuro do país e na formação de cidadãos críticos e capazes de contribuir para a sociedade.
Camilo Santana enfatiza que o Brasil investe apenas um terço do que os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aplicam por aluno. Essa comparação internacional revela uma realidade alarmante: enquanto muitos países estão avançando na formação de seus jovens, o Brasil se vê atolado em discussões sobre como cortar custos em vez de discutir como aumentar os investimentos. Essa falta de compromisso com a educação reflete uma visão míope de desenvolvimento que pode comprometer o futuro da nação.
Flexibilizar o piso salarial não só prejudicaria os profissionais da educação, que já lutam por melhores condições de trabalho e remuneração, mas também teria um impacto direto na qualidade do ensino. A valorização dos professores é fundamental para a construção de uma educação de qualidade. Profissionais bem remunerados e reconhecidos são essenciais para atrair e manter talentos na sala de aula, um fator determinante para o sucesso dos alunos.
Além disso, essa medida parece ignorar as necessidades básicas das escolas e dos alunos. Em um país onde a maioria das instituições de ensino enfrenta sérios problemas de infraestrutura, recursos pedagógicos escassos e falta de apoio psicológico e social, reduzir os investimentos na educação básica é uma receita para o desastre. Os alunos precisam de ambientes de aprendizado adequados, de materiais didáticos e de apoio para se desenvolverem plenamente.
A defesa de Santana por um aumento no orçamento educacional é uma luz em meio a um cenário preocupante. Ele defende que o aumento do investimento em educação é uma questão de justiça social, não apenas uma obrigação legal. A educação é a chave para a mobilidade social e para o fortalecimento da cidadania. Portanto, é inaceitável que, em tempos de crise fiscal, o governo pense em cortar investimentos nessa área vital.
As críticas à proposta de flexibilização são ainda mais urgentes quando se consideram os dados alarmantes sobre a evasão escolar e o desempenho dos alunos em avaliações nacionais. O Brasil ainda luta contra a exclusão educacional, e qualquer medida que torne o acesso à educação mais difícil será um retrocesso. A inclusão e a igualdade de oportunidades devem ser os pilares de qualquer reforma educacional.
Camilo Santana também ressalta que o debate sobre o piso salarial não deve ser realizado em um vácuo, mas sim em conjunto com outras reformas necessárias para a educação. A melhoria da formação de professores, o investimento em tecnologia e infraestrutura e a promoção de práticas pedagógicas inovadoras são aspectos que devem ser considerados em qualquer discussão sobre o futuro da educação no Brasil.
Em suma, a defesa da educação como prioridade deve ser um compromisso coletivo. A crítica de Camilo Santana à proposta de flexibilização do piso salarial é um lembrete de que a educação não pode ser tratada como um item de mercado, sujeita a cortes e adaptações conforme a conveniência fiscal. A educação é um direito fundamental e deve ser protegida como tal, com investimentos robustos e sustentáveis.