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20 de novembro de 2024
Um fato que com certeza entrará para a história da política colombense é o caso da não reeleição do vereador petista Anderson Prego, detentor de três mandatos e um dos vereadores mais influentes e combativos dentro do atual legislativo municipal. Prego foi notícia em vários sites e portais da internet após a eleição. Mesmo tendo recebido mais de 2.900 votos, não conseguiu atingir o número suficiente de sufrágios para alcançar os 6.000 votos exigidos pelo coeficiente eleitoral atual. Assim, Prego não conseguiu seu quarto mandato, o que seria uma vitória significativa para um edil com uma das trajetórias mais emblemáticas, sendo a única novidade que surgiu na política de Colombo nos últimos 30 anos.
Em 2012, ele se elegeu com o apoio da Pastoral da Juventude da Igreja Católica do Guaraituba, além de contar com outros apoios de campos progressistas em Colombo. Educador e jovem, Prego sentiu já em seu primeiro mandato os desafios que enfrentaria, ao defender pautas baseadas em uma ideologia diferente da política tradicional colombense. Ele superou essa primeira etapa e, em 2016, enfrentou outra fase desafiadora, com o PT passando por uma dura rejeição da sociedade devido ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Anderson Prego poderia ter deixado o partido e migrado para outra legenda, como fizeram alguns petistas oportunistas com receio de enfrentar uma disputa em que seriam rejeitados apenas por serem petistas. No entanto, o vereador enfrentou tudo e todos. O PT fez uma aliança com o PDT, e Anderson Prego conseguiu uma reeleição que parecia impossível, enquanto os petistas que saíram do partido por medo ficaram de fora da legislatura. Prego permaneceu como a única voz de oposição mais coerente e atuante dentro do parlamento municipal.
Com o retorno de Lula à cena política, da qual nunca saiu, mas agora em liberdade, aqueles petistas que cederam ao medo e ao oportunismo acabaram voltando para o partido pelas mãos da executiva nacional. O diretório, que até então era comandado por Anderson Prego com uma visão realmente de esquerda, foi reorganizado e acabou sendo novamente invadido pelos fisiológicos. Em 2020, o PT disputou a eleição com um candidato próprio a prefeito, mas sem propostas reais para vencer ou se tornar relevante no debate eleitoral daquele ano. Mais uma vez, o vereador conseguiu sua reeleição, entrando pelo sistema de sobras e sendo o mais votado de Colombo.
Com a eleição do prefeito Helder Lazarotto, Anderson Prego foi nomeado presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), a mais importante da Casa de Leis de Colombo. Com o PT em cargos no executivo, era natural que o edil tivesse mais apoio do que em outras gestões. Prego deixou de enfatizar algumas pautas, mas não abandonou suas prioridades: luta pela igualdade racial, cultura, meio ambiente, direitos das mulheres e da comunidade LGBT, entre outras pautas de inclusão social que começaram a ser debatidas a partir de seu primeiro mandato em 2012. Em resumo, Prego manteve seu estilo de trabalho no legislativo, agora com o apoio do executivo, que frequentemente atendia suas demandas. Esse apoio contribuiu para sua expressiva votação, tornando-o um dos vereadores mais votados da história de Colombo, junto ao ex-vereador Oliveira da Ambulância.
A grande questão é: onde está a culpa pela não eleição de Prego? Um fato é claro: o sistema eleitoral brasileiro não beneficia aqueles que recebem mais votos diretamente, mas sim aqueles que conseguem somar médias de votos com suas legendas, o que acaba prejudicando candidaturas com apoio popular importante para o município.
Muitos questionam e cobram do vereador uma posição mais coerente diante do desgaste que o PT sofreu nos últimos anos, especialmente em Colombo e no Paraná, onde o partido conquistou apenas três prefeituras. O PT de hoje, que Prego tanto insiste em servir, não é mais o mesmo; sem Lula, o PT perde força, e com ele, há grandes chances de o partido alcançar mais um mandato na Presidência da República. O que os petistas precisam aprender com Lula é que a política é a arte de “engolir sapos”. Renato Freitas é conhecido em todo o Brasil não por ter suas demandas atendidas pelo governo de Ratinho Junior, mas por suas posições firmes contra o que considera injusto. O mesmo vale para Ana Júlia Lemos e Carol Dartora. As brigas internas do PT hoje são amplamente conhecidas e expostas na imprensa brasileira. Se Prego (opinião minha) tivesse mudado de legenda e adotado uma política mais pragmática, já que passou a maior parte do mandato apoiando o prefeito Helder Lazarotto e suas pautas, talvez não tivesse perdido o mandato e pudesse ter conquistado ainda mais votos. E o que aconteceria? Anderson Prego, que ainda não perdeu sua relevância política, tem seu futuro garantido, não apenas pela sua votação, mas também pelo seu histórico. Mesmo sem mandato a partir de janeiro e incerto sobre o que o futuro lhe reserva, Anderson Prego continuará a ser um protagonista no jogo político de Colombo. Aqueles que pensam que o vereador “morreu” politicamente estão enganados; ele está mais vivo e forte do que nunca, o que se deve a seu histórico de coerência política e atuação.
Não estou falando aqui de setores de direita, extrema direita, centro, esquerda e outras ideologias que, no Brasil, na verdade, não funcionam. Estou falando de um jogo político que Prego precisa aprender a jogar. Não se surpreenda se em 2028 Prego fizer ainda mais votos do que agora, caso repense sua atuação e sua forma de fazer política. O PSTU e o PCO, desde 1989, tentam impor suas ideologias e permanecem na mesma situação, sobrevivendo apenas com o fundo partidário e nada mais. Prego também deve ter muito cuidado com suas alianças e com quem se associa. Ninguém faz 2.900 votos à toa, sem ter o que mostrar e sem credibilidade.
No dia 20 de novembro, o vereador dará uma entrevista ao podcast Voto Colombense. Será uma oportunidade para muitos questionarem suas posições e saberem se o erro foi dele, do sistema, ou do PT.
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